A Águia, órgão do Movimento da Renascença Portuguesa, foi uma das mais importantes revistas do início do século XX em Portugal. No século XXI, a Nova Águia, órgão do MIL: Movimento Internacional Lusófono, tem sido cada vez mais reconhecida como "a única revista portuguesa de qualidade que, sem se envergonhar nem pedir desculpa, continua a reflectir sobre o pensamento português". 
Sede Editorial: Zéfiro - Edições e Actividades Culturais, Apartado 21 (2711-953 Sintra). 
Sede Institucional: MIL - Movimento Internacional Lusófono, Palácio da Independência, Largo de São Domingos, nº 11 (1150-320 Lisboa). 
Contactos: novaaguia@gmail.com ; 967044286. 

Donde vimos, para onde vamos...

Donde vimos, para onde vamos...
Ângelo Alves, in "A Corrente Idealistico-gnóstica do pensamento português contemporâneo".

Manuel Ferreira Patrício, in "A Vida como Projecto. Na senda de Ortega e Gasset".

Onde temos ido: Mapiáguio (locais de lançamentos da NOVA ÁGUIA)

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Gibraltar e Olivença, vidas paralelas

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No ano 1704, as tropas inglesas (aliança austríaca) que participam na guerra civil espanhola -conhecida como de "sucesión" ocupam Gibraltar, (foram 15 anos de guerra civil e redução do PIB espanhol e capacidade produtiva num 25%) a guerra continuou depois do tratado de Utrech sem forças exteriores até fins do1715).

Portugal envolvera-se também nesta guerra com tropas e dinheiros em apoio do Bourbon aspirante (filipe de Anjou, apoiado pelo seu avó Luis XIV). Com pacto segredo, se ganhar o Bourbon, ia ter em compensação: O território que se corresponde ao triângulo que na zona do Tejo se introduz em Portugal (zona toda de cultura lusófona na altura) e outras zonas de fronteira historicamente vinculadas a Portugal -lugares de língua portuguesa) e ademais alguns lugares fronteiriços na Galiza.

Ganhada a guerra pelo Bourbon, num estilo muito espanhol de cumprir pactos, quando sabe que nom estam em condiçoes de lhos fazer cumprir, disse: disso...nada.

Em 1713 assina-se o tratado de Utrecht, e espanha cede entre outras cousas Gibraltar a perpetuidade a Inglaterra. Os moradores de Gibraltar som conhecidos pelo apelativo de (lhanitos- nome com o que continuam, e que é comum com os do Puerto de Santa Maria).

Inglaterra, respeita em Gibraltar os títulos e méritos espanhois.
Garante o culto católico nas igrejas e em espanhol.... etc. etc.
e em mais de 300 anos de ocupação não há nenhum decreto, norma, ordem ou portaria, que proíba o uso da língua espanhola, ou proibição ao seu ensino e cultivo, ou que lhe coloque alguma limitação. Isso todavia com longos períodos de isolamento respeito do resto peninsular, imposto pelos espanhois, o que deu lugar a repovoação com imigrantes extra-peninsulares.

Hoje em Gibraltar todo o mundo fala inglês, mas praticamente todo o mundo lhanito fala em andaluz (variante dialectal espanhola muito distinta da norma padrão castelhana), quando o primeiro ministro da Roca fala para qualquer meio espanhol ou tv, fai-no numa língua que para os espanhóis é indistinguível da dos moradores do Puerto de Santa Maria. (Eu tive de colegas a uns de Gibraltar em Londres, e era simpático ver como usavam o espanhol da Andaluzia e o inglês indistintamente entre eles, nas cousas menos formais sempre em espanhol).

Olivença é ocupada na logo chamada guerra das Laranjas em 1801; em 1803 assina-se um tratado sob forte coação onde Portugal cede Olivença, mais na convenção de Viena -novo tratado- da-se o fim legal da ocupação.
Segundo o modelo espanhol e a sua seriedade, esse tratado segue sem se cumprir.

- A 20 de Fevereiro de 1805, foi decidido suprimir toda e qualquer escola portuguesa de Olivença, bem como o ensino do Português. (Olivença quando da sua ocupaçom, era a vila mais populosa da actual estremadura espanhola superando por ex. a vizinha Badajoz)

- A 14 de Agosto de 1805, as actas da Câmara Municipal passaram a ser escritas obrigatoriamente em Castelhano, o que fez uma vítima: Vicente Vieira Valério. Este, negando-se a escrever na Língua de Cervantes, teve de ceder o lugar a outro. E acabou por morrer à mingua de recursos, personificando um drama cujo desenvolvimento foi frequente para muitos oliventinos.

- As Escolas privadas continuaram a ministrar ensino em Português, até que são fechadas a 19 de Maio de 1813, com o propósito (oficial) "de evitar qualquer sentimento patriótico lusitano".

-Mas, porque eram muitos os oliventinos que queriam que os seus filhos fossem educados na língua materna, continuaram a existir professores particulares para o fazer. O "Ayuntamiento" não hesitou, e proibiram-se "as aulas particulares, sob pena de multa de 20 Ducados", em 1820.

- Em 1840, trinta e nove anos após a ocupação espanhola (recorde-se: efectuada em 1801), o Português foi proibido em Olivença, inclusivamente nas Igrejas, proibidos os padres de usarem o português.

- A partir de 1853 estabelecerom-se coimas para quem fosse apanhado na rua falando português.

Política racista e de despreço aos falantes de português, minorização, segregação. Chegarem as gentes a sentir a palavra português como despreço e insulto.

Ninguém aguarde que o presidente da Càmara de Olivença ou de Talega, se vai poder exprimir para os meios portugueses na língua de Camões, nem quer nem sabe.

eis um bom exemplo para berrarmos "Viva o iberismo" ou ilusismo

Alexandre Banhos